Agrupamento Vertical de Escolas Luísa Todi: ARTIGO DE OPINIÃO

Agrupamento Vertical de Escolas Luísa Todi

ESCOLA SEDE - EB 23 de Luísa Todi
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04 setembro 2008

ARTIGO DE OPINIÃO

2º CICLO À VISTA
Texto para pais e encarregados de educação

Armanda Zenhas in www.educare.pt

Armanda Zenhas é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, e conclui o curso do Magistério Primário (Porto). É PQND do 3º grupo da Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira e co-autora de manuais escolares. É também mãe de dois filhos.

Novo ano lectivo e, com ele, nova escola. É o 2.º ciclo que se aproxima a passos rápidos. Por vezes, a alegria da transição de ciclo dá lugar a alguma ansiedade, que se pode tornar excessiva. Porquê esta ansiedade e como a ultrapassar? O que podem os pais fazer para facilitarem a adaptação dos filhos à nova escola?

Que diferenças existem entre o 1.º e o 2º ciclos?
O 1.º e o 2º ciclos são bastante diferentes. Convém que as crianças conheçam de antemão a estrutura e o modo de funcionamento do novo nível de ensino que vão frequentar. Aqui fica o registo das principais diferenças entre os dois ciclos:
1. No 2.º ciclo existem mais disciplinas do que no 1.º. A cada uma corresponde o seu horário semanal predefinido, o seu manual e outros materiais e o seu professor.
2. Do regime de monodocência, as crianças irão passar para uma escola em regime de pluridocência, pelo que terão muitos mais professores.
3. Normalmente a escola do 2.º ciclo é muito maior do que a do 1.º ciclo.
4. Muito frequentemente as crianças têm aulas em mais do que uma sala, ao contrário do que acontecia até aí.
5. O grande intervalo (único), a meio da manhã ou da tarde, é substituído por vários intervalos pequenos, entre as aulas de 50 min ou de 90 min. Os toques de campainha assinalam a necessidade de regressar à sala de aula.
6. Até aí os maiores da escola, os jovens alunos irão tornar-se nos mais pequenos, adquirindo um estatuto diferente.
Todas estas diferenças apontam para a necessidade de uma autonomia crescente. As crianças vão precisar de saber consultar o seu horário e movimentar-se na escola, para se dirigirem à sala correspondente a cada disciplina, na hora exacta. Vão ter que prestar atenção aos toques e respeitá-los. A seu cargo ficará a decisão de qual ou quais os intervalos em que devem ou precisam de realizar algumas tarefas, tais como lanchar, comprar senhas para a cantina ou ir ao quarto de banho.

Como podem os pais ajudar os filhos na adaptação à nova escola?
O diálogo é um dos melhores remédios para todos os males. Conversar de forma aberta e amigável com os filhos pode ajudar muito na resolução de inúmeros problemas. Esta é mais uma das situações em que tal relacionamento se torna importante. Eis algumas estratégias que podem ser úteis:
1. Converse com o seu filho sobre a nova escola. Tente aperceber-se dos seus sentimentos relativamente ao início do novo ano escolar.
2. Procure ajudá-lo a desenvolver expectativas positivas, mostrando-lhe os aspectos positivos da mudança: representa crescimento; possibilita a aprendizagem de muitas coisas novas (as novas disciplinas); proporciona o conhecimento de novos amigos.
3. Leve-o à nova escola, para que a conheça. Passeie até lá de vez em quando. Refira-se a ela sempre de forma positiva.
4. Se sentir algum receio relativamente a esta mudança, não o manifeste perante o seu filho. Não lhe demonstre a sua ansiedade. Não se esqueça de que os gestos e as expressões do rosto muitas vezes traem as palavras. Por isso, esteja também atento à sua linguagem corporal.
5. Proporcione ao seu filho a oportunidade de falar com outras crianças que já frequentem a escola e que gostem dela. Elas poderão explicar-lhe como ela funciona e falar-lhe sobre a sua própria adaptação, numa linguagem mais próxima da dele.
6. Quando receber o horário, faça desse momento algo de especial e ajude o seu filho a consultá-lo. Fale-lhe sobre a sua estrutura (duração das aulas, intervalos, toques, etc.) e faça-lhe sentir a necessidade de autonomia como um prémio pelo seu crescimento e não como um fardo atemorizador.
7. Celebre em família o primeiro dia de aulas, com um jantar melhorado, com uma ida ao cinema ou com a realização de qualquer outra actividade do agrado do seu filho.
A maioria das crianças vivencia os primeiros dias na nova escola com algum receio e nervosismo. No entanto, a adaptação é, na maior parte dos casos, muito rápida e, num abrir e fechar de olhos, os receios são substituídos por sentimentos positivos.

Como preparar o novo ano escolar?
Para terminar, deixo algumas sugestões que poderão ajudar os pais na preparação do arranque do novo ano escolar.
• No início de cada ano lectivo, existem filas intermináveis nas livrarias e, por vezes, alguns dos livros pretendidos já estão esgotados. Para evitar estas preocupações, consulte a lista de livros adoptados na escola que o seu filho vai frequentar e compre-os assim que estiverem à venda.
• Encape os cadernos com os seus filhos. Peça-lhes que os marquem com o nome. Quando souberem a turma e o número, deverão acrescentar esses dados. Sugira ao seu filho que folheie os novos livros e acompanhe-o nessa actividade. Mostre-lhe o seu interesse pelas novas coisas que ele vai estudar, o que facilitará o desenvolvimento da curiosidade e da vontade de aprender.
• No início do ano lectivo, vá falar com o director de turma, o interlocutor entre a escola e a família. Poderá informar-se sobre as normas de funcionamento da escola e sobre o seu projecto educativo. Muitas escolas têm recursos que convém conhecer e utilizar, tais como clubes diversos, sala de estudo e biblioteca. Poderá também conversar com o director de turma acerca das características do seu filho, o que poderá a judar os professores a dar-lhe um acompanhamento mais individualizado.

Todos gostamos de sentir que dão importância àquilo que fazemos. É por isso que se torna importante que os nossos filhos percebam que valorizamos a escola e esta etapa das suas vidas. Dentro em breve eles vão sentir-se na sua nova escola como o peixe dentro da água. Até lá, uns precisarão de mais "bóias" do que os outros. O carinho e o interesse dos pais é que são sempre indispensáveis.